Fernando Gentil e o tratamento de câncer de mama

Com o fim da guerra os médicos americanos retornaram ao país prontos para retomar seus postos e os serviços dos estrangeiros foram dispensados. Porém como uma espécie de prêmio, decidiram escolher um dos residentes estrangeiros para permanecer trabalhando no hospital citado. Escolheram o brasileiro Fernando Gentil que se tornaria o primeiro médico do Brasil especialista em oncologia, tempos depois retornou ao Brasil trazendo técnicas inovadoras, graças a seus conhecimentos adquiridos fora do país pôde revolucionar o tratamento do câncer de mama. No seu retorno ao Brasil, Gentil foi convidado pelo médico cirurgião Antônio Prudente para trabalhar no primeiro hospital especializado em câncer no país, o A.C. Camargo fundando em 1953, onde ocupou a chefia do departamento de cirurgia pélvica, e participou da formação de diversos médicos oncologistas.

Gentil promoveu uma verdadeira revolução na forma como era feita a cirurgia para o câncer de mama.

A “mastectomia radical”desenvolvida pelo médico americano William Halsted, método usado até então era muito agressivo pois retirava por completo o seio afetado junto com alguns músculos e tecidos próximos para evitar a propagação do câncer, ou seja, mutilava as mulheres além logicamente de trazer problemas relacionados à auto-estima.

O NOVO MÉTODO

Fernando Gentil desenvolveu um método (cirúrgico) revolucionário que consiste na retirada apenas do tumor e a parte do seio que fica próxima a ele, preservando a pele, a aréola e o mamilo e em seguida fazia a reconstrução com prótese de silicone. Esse método ficou conhecido como “método conservador”, pois como o próprio nome sugere conservava ao máximo o corpo da mulher.

Como sabemos a ciência está em constante aprimoramento, depois de Gentil vieram muitas outras inovações no tratamento dessa doença que aflige tantas mulheres. No final da década de 1990 o médico americano Dennis Slamon desenvolveu o Herceptin, droga utilizada no tratamento desse câncer que em alguns casos evita até uma cirurgia.

Gentil morreu aos 69 anos, em 1980, por causa de um ataque cardíaco e deixou como legado a revolução no tratamento do câncer de mama e o jeito humanista e solidário com que tratava suas pacientes, pois muitas vezes operava sem cobrar nada quando a paciente não podia pagar.