A IMPORTÂNCIA DO MICROSCÓPIO PARA A BIOLOGIA

A citologia (área da biologia que estuda as células) é dependente de equipamentos que permitem a visualização das células.
O crédito da invenção do microscópio é discutível, mas sabe-se que em 1590 os irmãos holandeses Franz, Johan e Zacarias Jensen compuseram um artefato rudimentar munido de um sistema de lentes, que permitia a ampliação e a observação de pequenas estruturas e objetos com razoável nitidez. O aparelho foi denominado de microscópio e se constituiu na principal janela da ciência para o mundo além da capacidade de resolução do olho humano.
Em 1665, o inglês Robert Hooke usou um microscópio para observar pedaços de cortiça (material de origem vegetal) e percebeu que era formada por uma grande quantidade espaços vazios, semelhantes à estrutura dos favos de uma colméia de abelhas.
Naquela época, Hooke não tinha noção de que estava observando apenas contornos de células vegetais mortas. Publicou as suas descrições e ilustrações em uma obra denominada Micrographia, em que usa a designação “little boxes or cells” (pequenas caixas ou celas) para denominar os espaços observados, dando origem assim ao termo célula. O termo acabou tornando-se definitivo e oficial. O aperfeiçoamento do microscópio determinou um aumento no volume de obras sobre investigações, usando os recursos da microscopia e, gradativamente, o homem foi desvendando os mistérios das células.

Descobertas importantes na história da microscopia óptica

1611 – Kepler sugere maneiras para a construção de um microscópio composto.
1655 – Hooke utiliza o microscópio composto para descrever pequenos poros em secções de rolhas, que chamou de “células”.
1674 – Lecuwenhoek comunica a descoberta de protozoários. Visualiza uma bactéria pela primeira vez nove anos mais tarde.
1833 – Brown publica suas observações microscópicas de orquídeas descrevendo claramente o núcleo da célula.
1838 – Schleiden e Schwann propõem a teoria celular, afirmando que a célula nucleada é a unidade da estrutura e função em plantas e em animais.
1857 – Kolliker descreve a mitocôndria em células de músculo.
1876 – Abbé analisa os efeitos da difração na formação da imagem e mostra como melhorar a construção do microscópio.
1879 – Flemming descreve com muita clareza o comportamento dos cromossomos durante a mitose em células animais.
1881 – Retzius descreve tecidos animais com um nível de detalhamento até então não obtido por nenhum outro microscopista óptico. Na duas décadas seguintes ele, Cajal, e outros histologistas desenvolveram métodos de coloração e lançaram os fundamentos da anatomia microscópica.
1882 – Koch utilize aniline para corar microrganismos e identificar as bactérias causadoras da tuberculose e da cólera. Nas duas décadas seguintes outros bacteriologistas, como Klebs e Pasteur, identificam os agentes causais de muitas outras doenças, através do exame de preparações coradas ao microscópio.
1886 – Zeiss constrói uma série de lentes, para o projeto proposto por Abbé, que permite aos microscopistas revelar estruturas nos limites teóricos da luz visível.
1898 – Golgi visualiza pela primeira vez e descreve o aparelho de Golgi através da coloração das células com nitrato de prata.
1924 – Lacassagne e colaboradores desenvolvem método auto-radiográfico para localizar polônio radioativo em amostras biológicas.
1930 – Lebedeff projeta e constrói o primeiro microscópio de interferência. Em 1932, Zernicke inventa o microscópio de contraste de fase . Esses dois tipos de microscópios permitem que células vivas, não-coradas, sejam vistas em detalhe pela primeira vez.
1941 – Coons usa anticorpos acoplados a corantes fluorescentes para detectar antígenos celulares.
1952 – Nomarski idealiza e patenteia o sistema de contraste de interferência diferencial para o microscópio óptico, o qual ainda tem o seu nome.
1981 – Allen e Inoué aperfeiçoam o microscópio óptico de contraste com sistema de vídeo avançado.
1988 – Microscópios de varredura comerciais passam a ser amplamente utilizados

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