Inciando a conversa, Você acha possível uma espécie de lagarto só de fêmeas? A natureza realmente é fantástica, e de fato existem espécies de lagartos onde só tem fêmeas.
Como assim produção? E a reprodução, como acontece?
Isso mesmo caros leitores, essas espécies existem e conseguem se reproduzir!!!
Vamos à explicação…
Calango da restinga (Cnemidophorus nativo)
Uma dessas espécies se encontra aqui no Brasil, o calango da restinga, ou Cnemidophorus nativo. Quando pensamos em reprodução associamos à ideia de um macho e uma fêmea copulando, ocorrendo a fecundação que é a união do gameta masculino (que tem metade dos cromossomos da espécie) com o gameta feminino (que tem a outra metade dos cromossomos da espécie) formando um embrião que terá o conjunto completo cromossomos, lembrando que cada espécie tem um número diferente de cromossomos, por exemplo a espécie humana tem 46 cromossomos. Certo, isso é o mais comum porém no caso dessa espécie de lagarto não existe machos e as fêmeas reproduzem sozinhas por um processo chamado “Partenogênese” onde a fêmea possui óvulos (gametas femininos) que tem o conjunto completo de cromossomos da espécie, quando o “normal” seria que tivesse apenas metade dos cromossomos e esses óvulos tem a capacidade de gerar embriões (futuros filhotes) sem precisar do gameta masculino. Mas para que os óvulos sejam “ativados” e se transformem em embriões duas fêmeas precisam se abraçar (enroscar) simulando uma pseudocópula (cópula falsa). Essa é uma das poucas espécies exclusivamente partenogenéticas de lagartos brasileiros – e ameaçada de extinção –, são encontrados nas matas do norte do Espírito Santo e do sul da Bahia, esses animais podem chegar a 30 centímetros de comprimento. Também existem espécies partenogenéticas que vivem na Amazônia, como Cnemidophorus lemniscatus e Gymnophthalmus underwoodi.
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Manual da Biologia